sábado, 27 de maio de 2017

Era de Prata nos quadrinhos e a Marvel Comics


Nesse tempo também surge uma grande editora nos dias de hoje, a Marvel Comics. Em 1939. Teria sido criada por Martin Goodman, mas na época chamava-se Timely Publications (ou também chamada Timely Comics). E só possuía como personagens o Tocha Humana (não o Johny Storm do Quarteto Fantástico) e o Namor, o príncipe submarino. A primeira revista que surgiria dessa editora como Marvel Comics #1, mas seu nome só seria realmente usado muitos depois.
Como a demanda estava ficando cada vez maior, depois de alguns anos, Martin Goodman resolveu contratar seu primo Stanley Martin Lieber (hoje em dia conhecido como Stan Lee). Começando como um faz-tudo na editora, incluindo revisar textos e desenhar alguns quadrinhos. O sonho do rapaz era um dia ser escritor. Mal sabia ele que seu nome seria quase um símbolo dos quadrinhos.
Em 1941, seria publicado Captain America #1, aproveitando o hype da Segunda Guerra Mundial. A capa dessa edição era extremamente forte e chocante para época. Nela tínhamos o herói, Capitão América acertando o rosto de Adolf Hitler. E isso fez muito sucesso, ao ponto de ser vendida mais de um milhão de cópias. Usando também de um espirito patriota da época. Uma ótima jogada de marketing.
Nos anos 50, os heróis (tanto da DC, quanto da Marvel, como de outras pequenas editoras) estavam sendo deixados de lado. O que fazia sucesso eram muitas histórias de terror e romances policiais com bastante mistério. Nesse tempo, a Timely finalmente mudaria seu nome, para se adaptar a essa nova tendência. Seria então chamada de Atlas Comics. Só que isso não ajudou muito ainda assim, com histórias um tanto absurdas. Não somente na que seria a futura Marvel, mas também na sua principal concorrente.
Durante esse período surgiam histórias como o Superman ter sua cabeça transformada na de um inseto, um bebê colossal destruindo Metropolis como se fosse seu parque de diversões, o Batman usando roupas com tons de arco-iris, Jimmy Olsen ser transformado em uma espécie de dinossauro, entre outras bizarrices.  Tudo isso se devia a dois fatores: a Sedução dos Inocentes e o macarthismo.
Sedução dos Inocentes, do psiquiatra Fredric Wertham, foi um livro que dizia ser culpa das histórias em quadrinhos muitos atos de delinquência juvenil americana. É nesse livro também, que começou a ideia que Batman e Robin seriam homossexuais. Sendo que nas histórias atuais (mais bem argumentadas) podemos ver nos personagens um ar de família. Totalmente absurdo a colocação de Fredric.
Já o macarthismo foi denominado assim devido as ideias de Joseph McCarthy, senador republicano. O termo até hoje é usado para acusar alguém de subversão ou traição sem provas. Esse político fez uma verdadeira campanha no período da Segunda Ameaça Vermelha – com a suposta ameaça comunista – como ficou conhecido o período que compreendeu de 1950 a 1957. O principal alvo das suspeitas foram funcionários públicos, trabalhadores da indústria do entretenimento (incluindo os quadrinistas e roteiristas de editoras), educadores e sindicalistas. Muitos comparam essa época a uma “caça às bruxas”, onde muitas pessoas foram acusadas sem nem sequer ter sido investigadas.
Foi um período negro nos Estados Unidos, tanto na realidade, quanto nos quadrinhos. Mas muitos ainda gostam dos roteiros dessa época.


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