sábado, 13 de maio de 2017

Era de Ouro nos Quadrinhos e a DC Comics


Falando teoricamente, personagens como Mandrake e Fantasma, abriram as portas para os quadrinhos da Era de Ouro, contudo, foi com Superman que muitos decretaram o início desse período.
Em 1933, o Último Filho de Krypton, foi criado por Jerry Siegel e Joe Shuster na revista Action Comics #1. Com a ideia de um personagem mais forte, imbatível e invencível. Ele só seria publicado em 1938, na Detective Comics (a atual DC Comics). Kal-El seria o último sobrevivente de um planeta muito evoluído tecnologicamente. As versões do desastre sempre mudam de acordo com os retcons, contudo, o início da saga dele é o mesmo: o bebê kryptoniano é lançado em direção a Terra por seu pai Jor-El e Lara por um foguete, antes do acontecimento. Como governo daquele mundo não acredita nas descobertas de Jor, um renomado cientista, ele não vê outra solução que não fosse salvar seu único filho. Ao atingir nosso planeta, ele é encontrado por um casal de fazendeiros, Jonathan e Martha Kent. O adotam, mesmo eles possuindo consciência que ele era um ser alienígena. Ao crescer, ele tenta lidar com a descoberta de seus poderes. Entretanto, seus pais revelam a ele sua origem e ele descobre o seu legado alien. Quando cresce ele decide ir para Metropolis, trabalhar como repórter e usar seus poderes para combater o crime.
Ironicamente, o Superman não foi o primeiro personagem da dupla, nem o primeiro herói da DC. Mas sim o Doutor Oculto. Richard Occult é um personagem da editora, e foi o primeiro personagem desta editora que poderia ser classificado como um super-herói. Um culto demoníaco tenta invocar Satã no Meio-Oeste norte-americano. Para isso eles roubam um garoto e uma garota para conceder suas almas ao demônio em pessoa. Contudo, algo sai errado e o invocado é outro ser diabólico, Koth. Este por sua vez, se irrita com o culto e mata quase todos. As crianças, Richard e Rose, são salvas por um homem misterioso, Zator. Ele os levou para a Cidadela dos Sete, uma poderosa organização de místicos. Nos dias atuais eles são uma combinação de alter-ego e amantes.
Sem contar o Capitão Marvel. Ele foi criado em 1940 pelo roteirista Bill Parker e pelo desenhista C. C. Beck, o personagem apareceu pela primeira vez na revista Whiz Comics #2, em 1940, da Fawcett Comics. Billy Batson ganha do Mago Shazam os poderes dos antigos heróis lendários, com muitas similaridades a do próprio Superman. A DC processou a editora e ganhou por considerar o personagem um plágio. Afinal, suas habilidades são quase as mesmas do Homem de Aço.
Os personagens que surgiram pela editora seriam Batman, Lanterna Verde, Flash, Arqueiro Verde, Mulher Maravilha, entre outros. Alguns deles fundariam a Sociedade da Justiça, e depois, surgiria a Liga da Justiça.
Falemos um pouco do Batman. Considerado nos quadrinhos como o Maior Detetive do Mundo, o Homem-Morcego estreou na revista Detective Comics #27. Aos oito anos de idade, o jovem Bruce Wayne vê seus pais serem mortos (Martha e Thomas Wayne) após uma tentativa de roubo. Seus pais eram milionários, e deixaram no seu testamento a tutela da criança nas mãos do mordomo da família, Alfred Pennyworth. Com quatorze anos de idade, o garoto começou a rodar pelo mundo frequentando diversas universidades e aprendeu muitas artes marciais. Sem contar que por conta própria estudou técnicas de caça, primeiros socorros e infiltração, incluindo o ninjutsu. Aos 26 anos, ele volta para sua cidade-natal, e usando a fortuna da família começa seu plano para criar um alter-ego. Com o auxílio de tecnologia, de alguns policiais honestos como James Gordon, e de usar o medo e superstição dos criminosos como uma ferramenta, transformando-se no herói que Gotham precisava: o encapuzado Batman.

Nessa época, o maniqueísmo imperava forte nas histórias em quadrinhos. O herói é do “bem”, assim como o vilão é do “mal”. Diferente da ideia de que uma história deveria contar sobre um protagonista, não importando sua índole. As histórias que faziam sucesso eram aquelas com um personagem “perfeito”, trazendo com si ideais de justiça e honra. A mulher era muitas vezes retratada como frágil demais e sempre salva dos perigos pelo super-herói ou vigilante. Por conta da Segunda Guerra Mundial, boa parte dos antagonistas era idealizada como italianos, orientais e alemães.

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