Acho que já devo ter falado isso nas gravações do Sarjeta e aqui mesmo no blog, mas não curti muito as histórias que surgiram com o reboot da DC. Mas uma das poucas que realmente curti, ANTES disso, é Crise nas Infinitas Terras.
Crise nas Infinitas Terras, em minha opinião é a melhor saga da editora até então. Nos anos 80, seu universo de personagens estava claramente confuso cheio de realidades alternativas: mundos em que Lex Luthor é o único herói , outros que foram comprados pela DC (como os da Charlton e da Fawcett Comics), outros que tem similaridades entres os personagens e outras, em que a Alemanha Nazista havia vencido a Segunda Guerra Mundial!
O editor Len Wein, o escritor Marv Wolfman, e o desenhista Geórge Perez decidiram fundir essa suruba de universos. Para isso criaram uma mega saga interligando todos eles, em que dois seres cósmicos travavam uma guerra milenar: o Monitor e o Anti-Monitor. Este segundo, soberano do único universo composto por anti-matéria. E o combate se desestabilizou quando o Anti descobriu que ficaria mais poderoso absorvendo os universos positivos. Imaginem como foi o combate?
A saga enviou heróis e vilões em diferentes partes do tempo e do espaço (a mando do monitor), para deter a onda destrutiva causada pelo Anti-Monitor. Universos inteiros foram aniquilados! Incontáveis vidas se perderam! Mas isso acabou com um pequeno grupo de heróis que conseguiu chegar até o ponto chave na criação do multiverso. O que fez os universos finalmente se fundirem!
Com Frank Miller, John Byrne, Geórge Perez e Mike Baron reconstruíram o universo DC como excelentes artistas que eram e já tinham feito tantas vezes (se não me engano, depois dessa época que Frank Miller teria criado o famoso Batman: Ano Um que reescreve o mito do Cavaleiro das Trevas).
As sagas de crossover nunca foram iguais depois daquilo. A Supermoça original faleceu em combate (uma das mais famosas capas da época e até hoje), a Mulher-Maravilha se ligou mais com a mitologia grega do que no seu começo (o que convenhamos, parecia mais uma exaltação aos valores americanos no começo dos quadrinhos da moça) e o Batman se tornou um personagem mais sombrio e menos sociável, fazendo raras participações na Liga da Justiça. Com a morte de Barry Allen, o Flash original, Wally West, seu sobrinho assumiu o manto (já que antes era o sidekick, Kid Flash).
Enfim, leiam Crise nas Infinitas Terras. Só pude ler uma vez na casa de um amigo e de relance... Mas foi extremamente instrutivo para compreender alguns dos verdadeiros motivos de uma editora criar crossovers.
P.S.1: Sobre Barry Allen ser o Flash original, cronologicamente isso é errado! E foi um erro meu, mas explico: o primeiro flash teria sido Jay Garrick, um estudante universitário que sofreu um acidente com uma forma experimental de água pesada. Aqui no Brasil ele é mais conhecido como Joel Ciclone. Mas a maioria dos fãs do Corredor Escarlate sabe isso.