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terça-feira, 9 de março de 2021

"Legal, mas você sabe que ele é o vilão, não é?" (parte 5 - O herói do escudo não é herói. Pior, ele é escravocrata)

Em Taate no Yusha no Nariagari (The Rising of Shield Hero) é um anime com uma premissa até que bem pensada, bacana. Entretanto, mesmo não gostando das coisas dali, como o ecchi e o harém nele (pois há os dois, mesmo que menos do que em outras obras) o problema é que não temos um herói. Temos aqui um escravocrata!
Vejamos por partes:
A história se trata de um isekai, um anime ou mangá onde o personagem principal vive no mundo real, mas vai parar de algum modo em um mundo fantástico (eu chamava isso de OPERA: observadores perdidos em realidades alternativas). Então, o personagem tem um conhecimento sobre história mundial para compreender as coisas erradas de sua realidade, como em Sword Art Online ou outras obras com essa temática. Até Konosuba que é um isekai de humor sabe aproveitar bem os conceitos disso, não sendo tão pesado quanto parece.
Em Shield Hero, a coisa toda era pra ter sido apenas a história de um homem buscando limpar o seu nome de uma acusação injusta, mas não é bem por ai pelo que podemos ver: primeiro, pelo anime colocar seu protagonista como uma falsa acusação de estupro; segundo, por esse herói renegado e tento se tornado um pária ter recorrido à ajuda de um vendedor de escravos.
Apesar do primeiro tema ser bem pesado, é isso que faz a história engrenar. O único problema foi um site associar o caso de Neymar e a modelo que o acusou de estupro, como se fossem casos parecidos. Bem, o personagem principal (nesse caso o que fez de certo) não mostrou fotos da mulher supostamente estuprada, sendo que ela tem um filho pequeno. Muitos portais de notícia querem tanto proteger animes e mangás que esquecem que devem ter melhor critério para algumas coisas.
Então, sabendo disso, o protagonista Naofumi Iwatani, tem uma escrava. "Ah, mas ele a trata bem". Porra! É uma escrava. Pior, o Japão em especial, apesar de não ter uma ligação direta com a escravidão (não que eu me lembre agora), já deve um caso na Era Meiji que envolvia o tratamento de mulheres na prostituição... Quase que em regime de escravidão. 
Escravidão, não importando em que condições, é crime. Para alguém que veio de uma sociedade onde esse tipo de atitude, ele agiu de forma condescendente com isso. Mas se explica isso muito facilmente com o caráter fetichista que muitas obras tem. Notem que a escrava cresce rapidamente, para não ter problemas com relação ao romance... Mas se formos pensar que ela seria uma híbrida humana com animal, por que ela não morre tão rápido. Resposta: fetichismo, escravidão, ecchi e furry. 

quarta-feira, 31 de maio de 2017

O Bairro da Liberdade


O bairro mais famoso sobre a cultura japonesa e oriental (em geral) que fica em São Paulo, capital do estado com mesmo nome. Lá existem livrarias japonesas, restaurantes, lojinhas de garage kits, entre outras coisas. 
Mas poucos sabem o por que desse bairro se chamar Liberdade? Ironicamente, isso não tem a ver com o Japão, mas sim com África. Mais precisamente, com o escravos negros trazidos ao Brasil.
Ainda nos anos de 1800, o Brasil ainda usava escravos. A praça da Liberdade, em especial o centro dela, era chamada de Largo da Forca. Pois lá eram punidos os criminosos e escravos. Quase sempre por enforcamento. O lugar foi escolhido pois ficava próximo do antigo Cemitério dos Aflitos.
O nome de Liberdade ao lugar, se deve a um homem que liderou um motim contra salários atrasados. Quando ele seria enforcado, a corda estourou e tentaram fazer isso mais uma vez. Tentaram várias vezes e a corda sempre arrebentava. Acharam que aquilo era uma espécie de milagre, e a população local gritava várias vezes "liberdade", com a finalidade que libertassem o sujeito. E o bairro recebeu esse nome por conta disso. 
Depois disso, a escravidão e a pena de morte foram abolidas no Brasil. No lugar do Largo da Forca, foi construída uma igreja ainda naquela região. Santa Cruz das Almas dos Enforcados. Até o cemitério foi desfeito e a única coisa que sobrou foi a Capela da Rua dos Aflitos. É falado que esses lugares são os mais assombrados da cidade de São Paulo.
Depois de 1908 é que os japoneses começaram a morar na região da Liberdade. Isso pois o aluguel era mais barato. Quase ninguém queria morar ali naquela época. Então, começaram as primeiras hospedarias e comércios com produtos de origem japonesa, prato cheio para obter lucro. Os japoneses se uniram em associações de comércio. Em 1915 foi fundada a Taisho Shogakko (Escola Primária Taisho), que ajudou na educação dos filhos de japoneses, então em número aproximado de 300 pessoas. Além de usar apostilas diretamente do Japão, onde ensinavam japonês e português (além de outras matérias básicas como história e ciências), ainda possuía várias atividades extra curriculares. Como baseball. Hoje, esse local é o Bunkyo, sede do museu da imigração japonesa. 
Foi só na década de 70 que o bairro tomou esse aspecto orientalizado que encontramos, por exemplo, na rua Galvão Bueno. Não possuindo só coisas de japoneses, além de coreanos e chineses. Tanto que festividades como o Ano Novo Chinês.