Ele nasceu em 1938, ele também é conhecido como o Rei do Mangá. Muitos de seus trabalhos iniciais são influenciados por seu mestre, Osamu Tezuka. Mas ele talvez tenha sido um artistas que sempre foi um pouco a frente de seu tempo. Tanto que sua figura no Japão é comparada ao grande Stan Lee.
Ele era o mais jovem de sua geração, mas também o mais talentoso, o primeiro a publicar profissionalmente e sempre atarefado, empregando seus colegas como assistentes em seus vários trabalhos. E sua velocidade assustaria até Eiji. Relatos de outros mangakás da época dizem que Ishinomori produzia cerca de 20 páginas em um único dia de trabalho, onde a média era de 2 à 5 páginas, mesmo com autores cooperativos, como a dupla Fujiko Fujiyo. O próprio comentou em extras de Cyborg 009 que chegou a produzir, com a ajuda de seus amigos, 650 páginas mensais de quadrinhos, mas que aquilo era loucura. Com “apenas” 300, ele já suava. Apesar das páginas da época terem uma arte mais caricata, ângulos mais simples e narrativa corrida, cada uma continha mais quadros e texto do que hoje. Desenhar e finalizar essa quantidade de páginas é impossível para um artista de hoje, onde a média é de 30 páginas por mês.
O nome dele pode parecer muito complicado, mas você logo descobrirá que já viu algum dos programas de TV originados por seus mangás. Estamos falando de Shotaro Ishinomori, um desses desenhistas de mangás que será eternamente conhecido por seu excelente e inigualável legado artístico. Quem tem mais de 40 anos, e gosta de animações, talvez se lembre de alguns clássicos desenhos animados que tem a sua marca. Entre eles estão Cyborg 009 e
Esquadrão Arco-Íris, inocentes cartoons nipônicos dos anos 60, exibidos no Clube do Capitão AZA, da extinta TV Tupi. Realmente bem antigo. Além desses, o público mais jovem conhece Ishinomori por outras atrações da telinha criadas por ele, como: Kamen Rider Black, Bicrossers, Machineman e Patrine. Todas essas séries foram exibidas pela antiga Rede Manchete e tem muitos fãs no Brasil. Ex-assistente do consagrado artista Osamu Tezuka, Shotaro Ishinomori foi capaz de criar seu próprio universo de heróis e equiparar seu trabalho ao de seu mestre. Todo este universo foi imaginado pela mente fértil desse ilustre cidadão de Ishinomaki, província de Miyagi, sua terra natal. É neste lugar, relativamente perto de Tóquio, onde foi erguido um museu à sua memória e obra. Desde 2001, muitos admiradores desta personalidade da "Terra do Sol Nascente" visitam o "Ishinomori Mangattan Museum", para saber mais sobre uma das mais importantes figuras do mundo do mangá, anime e tokusatsu. Ishinomori morreu em 1998, mas deixou um legado que se perpetua até hoje. São inúmeros desenhos para televisão e cinema que se confundem com a história da animação no Japão, brinquedos e muitos outros produtos derivados de suas sagas juvenis.
Durante anos, Ishinomori usou a grafia de seu nome idêntica à de sua terra natal, de quem se apossou do nome por vergonha de seu próprio sobrenome, por remeter à outro artista de mangá, Shufu Onodera, que ficou famoso por ilustrações militaristas durante a Segunda Guerra Mundial. Porém, por um detalhe da grafia, todos liam apenas Ishimori, porque o “no” não é escrito. Alguns nomes de bairros e cidades no Japão tem essa peculiaridade, que causa uma certa confusão. Isso sempre incomodou o artista, que precisava corrigir o nome pelo qual era chamado.
Muito de seu método de produção mudou após a morte de sua irmã.
Um dos exemplos de sua contribuição nos tokusatsus esta na série Kamen Rider, não só na saga Black. Criado pela equipe da TOEI, a primeira série desse herói surgiu em 1971. E contou com 98 episódios, com encerramento em 1973. Nesse período, apenas um episódio era exibido aos sábados em horário nobre pela TV NET. Sua ideia original era a de um homem mutante, metade humano e metade gafanhoto, mas para os padrões da época, um herói assim não combinava. Como desenhista, ele foi mudando lentamente os conceitos do personagem, para o que temos nos primeiros Riders. Mudanças entre o mangá e a série permitiram ao autor mexer no personagem como quisesse. Sendo que ele sempre quis dirigir um filme, assim, se realizou no live-action.
Além disso, ele trouxe a adaptação em mangá de The Legend of Zelda: A link to the past. Sem contar outra obra prima dessa área que é HOTEL. Ele deixou mais de 770 mangás.