Yusuke Murata é um dos mangakás mais influentes atualmente, não tendo praticamente nenhuma crítica, com seu estilo sólido, potente e único; seu trabalho é amplamente conhecido no mercado e pelos leitores, fazendo ele ser reconhecido como um exímio ilustrador. É fato que ele desenha bem e ninguém se atreve a dizer o contrário, apesar de não ter o sucesso que merece.
Yusuke Murata atualmente tem 42 anos. Nasceu em 4 de Julho de 1978, na Prefeitura de Miyagi, no Japão. Pouco se sabe sobre sua vida pessoal, apenas de sua carreira como ilustrador. O primeiro registro que temos de Murata é de quando ele tinha doze anos de idade; na época ele se inscreveu num concurso para desenhar um vilão para a série de jogos Megaman. Ele ganhou o concurso duas vezes, inserindo um personagem em Megaman 4 e outro em Megaman 5, ambos da Capcom. Nos créditos dos jogos, é possível ver ele sendo creditado pelos personagens "Dust Man" e o "Crystal Man", respectivamente.
Suas maiores influências são Kinu Nishimura, um famoso character design da Capcom (que atuou, por exemplo, em Street Fighter e Capcom Vs. SNK) e Akira Toriyama, autor de Dragon Ball. De acordo com Murata, sua luta favorita de Dragon Ball é a de Goku contra Freeza.
Seu primeiro trabalho como mangaká foi em 1995, onde publicou um one-shot na Shounen Jump e ganhou um prêmio com ele. Em 1998 e 2002 publicou mais dois one-shots na revista, que também foram aclamados e bem recebidos pelos editores; Murata mostrava seu potencial dentro da Jump e já preparava o terreno para publicar uma série na revista.
Então, em 2002, Riichiro Inagaki (o futuro roteirista de Dr. Stone) queria publicar uma série na Jump, mas não era bom com desenhos. Assim, através dos editores da revista, ele pediu para Yusuke Murata, que também queria trabalhar ao lado de Inagaki, ilustrar sua série, assim formando uma dupla. Juntos, eles publicaram dois one-shots intitulados "Eyeshield (Part 1 e Part 2)". No mesmo ano, os one-shots foram serializados.
Durante a produção do mangá, Yusuke aprendeu diversas coisas ao lado de Inagaki (que já havia publicado mangás antes) e era fascinado por designs de personagens. Ele também tem alergia a pólen, por isso não gostava de usar borrachas (apesar de ser nescessário). Também tinha o hábito de criar o design dos personagens com uma lapiseira que, de acordo com ele, lhe foi dada por Masanori Morita (autor do mangá Rookies).
"Eyeshield 21" (2002) é um mangá de esportes, mais precisamente sobre futebol americano. Ele narra a história de um jovem tímido e fraco que entra para o clube de Futebol Americano da sua escola como secretário; mas, após ser coagido pelo capitão do time, decide atuar em campo usando um disfarce, ganhando o título de Eyeshield 21. O mangá foi concluído com 333 capítulos, sendo publicado até 2009. Algo interessante é que Murata e Inagaki tiveram um grande trabalho de pesquisa para desenhar o mangá, indo aos EUA algumas vezes para assistir jogos de futebol americano ao vivo, visitar estádios e até conversar com times universitários. O mangá foi muito bem recebido, tendo boas vendas e chegando a ser o mais comentado durante várias semanas. No total, o mangá vendeu mais de vinte milhões de cópias.
Em 2008, enquanto ainda publicava Eyeshield 21, Yusuke Murata fez um remake de um mangá de Akira Toriyama, "Hetappi Manga Research Lab". O mangá foi publicado mensalmente até 2010, e contava a história de um editor da Jump que queria se tornar mangaká e que pede para o Murata (?) lhe ensinar conselhos de como desenhar um mangá, sendo uma espécie de "guia" de como desenhar mangá. Por ser uma série mensal e para um público mais específico, não foi muito popular. Em 2012, Murata publicou em seu Twitter um capítulo extra desse mangá, onde foi elogiado pelo uso de técnicas de desenho tridimensionais (técnicas essas que mais tarde seriam usadas em One Punch-Man).
Entre 2009 (fim de Eyeshield 21) e 2012, Murata trabalhou em diversos campos e tirou um tempo para se aperfeiçoar como artista. Ele publicou mais três one-shots na Jump, se juntou a um roteirista chamado Yasuo Otagaki e publicou uma minissérie chamada "Donten Prism Solar Car", um mangá sobre um jovem trabalhador que tinha um carro movido a energia solar.
Em 2012, Yusuke Murata veio a conhecer One (Mob Psycho 100), um autor de webcomics, pela internet. Após ler suas histórias, Yusuke quis firmar uma parceria com ele. Juntos, os dois publicaram no mesmo ano dois one-shots chamados "Doto no Yushatachi" e "Dangan Tensin Fan Club"; aparentemente os dois queriam criar uma história nova para publicarem juntos.
Finalmente, ainda em 2012, Yusuke Murata e One lançaram um remake da série One Punch Man. O mangá sobre super-heróis foi um fenômeno mundial, principalmente após sua adaptação em anime, que fez o mangá ser exportado e mais conhecido no Ocidente. Em One Punch, Murata usa e abusa de todas as suas técnicas artísticas: utiliza técnicas de desenho tridimensionais, possui um estilo sólido e firme, além das sequências visuais que são simplesmente absurdas. Por ser publicado numa revista digital, Murata abusa da quantidade de páginas no início do mangá, fazendo closes e quadros transitivos absurdos, inéditos no mercado dos mangás. Nos volumes do mangá, o autor sempre agradece ao seus assistentes (que são dois, um responsável pelos cenários e outro pelos "efeitos especiais incríveis").
Além dos seus mangás principais, Yusuke Murata também trabalha fazendo ilustrações de vez em quando para a Marvel, Capcom e a própria Shonen Jump, além das homenagens a diversos mangakás.
Concluindo, é fato que Yusuke Murata é um dos maiores ilustradores da atualidade. Apesar de One Punch-Man não ser um dos mangás mais vendidos do Japão, nem ter um destaque suficiente para se tornar um "pilar" dos mangás, o mangá é um dos mais bem avaliados ultimamente, ganhando prêmios e sendo cada vez mais aclamado. Murata é um dos poucos mangakás que possui uma arte perfeita; se você criticar o Murata e falar que ele desenha mal, com certeza você está louco.
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