Os
quadrinhos (ou histórias em quadrinhos) são algo antigo. Até mesmo na
Pré-História podemos imaginar a arte rupestre dos homens no período Paleolítico
e Neolítico (Idade da Pedra Lascada e Idade da Pedra Polida) como uma forma de
contar histórias através de imagens. Talvez um pouco confuso, ainda assim, é
uma tentativa.
Nos
períodos posteriores, isso continuaria com descrições de grandes batalhas e
acontecimentos históricos ou mitológicos em várias pinturas e artes pelo mundo
antigo e medieval. Passando pelo Egito, Roma, atravessando o surgimento do
cristianismo, atingindo a Europa. Passando por todos esses períodos chegamos ao
século IX.
Nele,
temos algo próximo do que seriam essas histórias quadrinizadas. Com o Yellow Kid (Garoto Amarelo em uma tradução literal) que surge em 1855, como a
primeira história, colocando os balões de narrativa. Um modo novo, para a
época, visto que até então não se usava desenhos desse modo. Criando diálogos
entre os personagens. Lembrando que a primeira casa de quadrinhos assim foram
os jornais. E isso mais tarde, se tornaria uma leve lembrança com as tiras de
quadrinhos de hoje em dia.
Esses
quadrinhos vão sendo incorporados em diversos jornais por um longo tempo, até o
final da década de 20. Aqui ocorre o famoso Crack da Bolsa de Nova Iorque.
Quando a bolsa de valores tem uma quebra tremenda. Lembrando que nessa época, a
cidade já era conhecida por ser uma das mais importantes em termos econômicos
dessa época.
Talvez
esse clima mais pesado tenha sido um dos fatores do surgimento de novos
quadrinistas. Ao invés de só mostrar coisas cotidianas ou pequenas piadas
simples, muitos deles começaram a enveredar por um novo caminho. Sem contar que
muitos viviam um período turbulento com o surgimento de regimes totalitários em
outros países.
Um
personagem que surgiu devido a tudo isso foi Flash Gordon, criado por Alex Raymond. Podemos falar que esse seria
um dos primeiros heróis das HQs. Uma ficção científica com elementos que seriam
incorporados não somente aos quadrinhos, mas também a séries, filmes, músicas,
rádios e tantas outras mídias atuais. A viagem ao espaço, regimes totalitários,
entre outras coisas, são marcas desse personagem e todo seu elenco.
Chester
Gould criaria o detetive Dick Tracy,
em um contexto de gangsters. Usando
elementos parecidos com os dos mafiosos como Al Capone, além da Lei Seca. Essa
lei foi seguida à risca nos Estados Unidos, e usado muito na narrativa de
Gould.
Sem
contar talvez o primeiro personagem de livros, incorporado aos quadrinhos: Tarzan. Hal Foster adaptou o personagem
de uma série clássica, escrita por Edgar Rice Burroughs. O garoto foi acolhido
pelos macacos e se tornou um protetor das florestas africanas, mesmo sendo um
lorde inglês. As edições dele fizeram tanto sucesso, que um dia, Edgar fez
livros falando sobre o filho dele. Ou seja, já era uma receita de sucesso.
Lembrando
que até a década de 30, esses heróis que surgiram eram pessoas normais. Ou
seja, não tinham super-poderes ou eram vigilantes. Não possuíam uniformes,
muito menos fantasias espalhafatosas.
O
primeiro que conhecemos desse modo, seria o Fantasma
(ironicamente, seguindo uma temática mais africana, assim como Tarzan), criado
por Lee Falk. Esse mesmo cara criaria a história de outro personagem conhecido
como Mandrake.
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