Urashima Taro era um pescador que vivia no Japão. Certa vez, salvou uma tartaruga que estava sendo maltratada na praia por alguns rapazes. Após o ato heroico, Taro levou a tartaruga de volta ao mar.
No dia seguinte, outra tartaruga se aproximou dele e lhe disse que a pequena tartaruga que ele salvara era na verdade a filha do imperador do Mar, que gostaria de agradecê-lo. Ela permitiu ao pescador que subisse em seu casco para levá-lo a uma viagem ao fundo do mar. Lá o pescador se encontrou com o imperador e a sua filha, que estava transformada em uma bela moça.
Taro ficou no palácio como hóspede de honra e muitas festas foram feitas em sua homenagem. Assim foram se passando os dias com celebrações, conforto e muita comida. Embora feliz nas águas marinhas, Urashima começou a sentir saudades de sua família, e pediu para voltar. Ao partir, recebeu da princesa uma arca de presente, com a promessa de que só a abrisse quando ficasse bem velho e de cabelos brancos.
Ao chegar em sua cidade não a reconheceu, tudo estava diferente. Ele também não conseguiu reconhecer nenhuma das pessoas da vila.
Começou a perguntar se ninguém conhecia um pescador chamado Urashima Taro. Algumas pessoas disseram que tinham ouvido falar de alguém com esse nome, que havia desaparecido no mar muitos anos atrás. Taro descobriu que se passaram trezentos anos desde o dia em que decidiu ir ao fundo do mar.
Tomado por uma grande tristeza, voltou à praia na esperança de reencontrar a tartaruga, mas desesperou-se e acabou abrindo a caixa que a princesa lhe havia presenteado. De dentro dela saiu uma nuvem de fumaça branca, que o envolveu. De repente, seu corpo se tornou velho e enrugado, nasceu-lhe uma longa barba branca e suas costas se curvaram com o peso dos anos. Do mar, ouviu-se a voz doce e triste da princesa: “Eu lhe disse para não abrir a caixa. Nela estavam todos os seus anos…”
A caixa continha a “eterna juventude” de Urashima Taro e o pescador, sem reconhecer seu valor, deixou-a ir para sempre.
O povo japonês conta essa lenda há gerações para relatar a importância de não desperdiçar o tempo apenas com diversões e viver cada momento da vida dando seu devido valor ao local em que mora e às pessoas com quem convive.
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