Uma
nova visão tinha sido aberta graças a Marvel, mas foi com a DC Comics que as
histórias em quadrinhos atingiram um patamar nunca antes atingido. Seguindo as
mudanças que surgiram na década de 60, muitos roteiros com conteúdo mais pesado
e temáticas abrangentes surgiam. Uma delas que se destaca é Watchmen.
Nela
temos um roteiro escrito por Alan Moore e desenhado por Dave Gibbons. Aqui
podemos ver o que poderia acontecer se heróis REALMENTE existissem em nosso
mundo. No contexto desse enredo, os Estados Unidos não perderam a Guerra do
Vietnã, além de obter um salto tecnológico. Tudo isso devido ao surgimento de
um ser onisciente e onipotente chamado Doutor Manhattan. Ele consegue controlar
toda a matéria em níveis moleculares. Sem contar que nele, os vigilantes
mascarados existem, mas em pequeno número, membros do antigo grupo Minutemen.
Porém, alguém vem tentando eliminar os antigos membros da equipe. Começando por
aquele que ainda servia o governo americano, o Comediante.
Já
em Cavaleiro das Trevas, temos um
futuro onde o Batman não existe mais. Ou melhor dizendo, em que Bruce Wayne
desistiu da vida como Homem-Morcego. Mais idoso, e com problemas físicos, ele
sente que algo está errado em Gotham. E assume mais uma vez o manto como herói.
Contudo, quando ele volta à ativa isso chama atenção de novos e velhos vilões.
Sem contar o olhar ferrenho do governo americano que não admite mais
vigilantes. Fazendo o próprio Superman ser escalado para lidar com o problema.
Com
Sandman, a história tomou outra
narrativa. Literalmente. Sandman era um personagem vindo da Era de Ouro, que
deve várias encarnações. Contudo, a DC estava disposta a revitaliza-lo. E
escalaram a pessoa certa para isso.
Em
1988, Sandman ganharia uma cara nova cara pelas mãos do inglês Neil Gaiman. Ele
já tinha feito um excelente trabalho com a personagem Orquídea Negra a
revitalizando. E reestruturou esse personagem também. Para começo de conversa
ele não seria mais um herói. Na verdade, seria um ser bem diferente pela sua
nova história de criação. Com pele pálida, um visual mais próximo de roqueiro,
ao estilo de Robert Smith do The Cure. Sem contar que como era o mestre do
plano dos sonhos seria mais misterioso. Em resumo: ele não seria mais um
aventureiro. Ele é o próprio Sonho. Um quadrinho com temática mais voltada para
os adultos.
Sandman
nessa história seria um dos membros de uma família bem peculiar e diferente: os
Perpétuos ou Sem-Fim. Seres superiores aos deuses. São compostos por Morte,
Desejo, Delírio, Destino, Desespero, Destruição e Sonho. Como pode notar, boa
parte deles começa com D, mas isso só em português. Em inglês temos Dream
(Sonho) e Death (Morte). Muitas de suas histórias ocorrem por conta de
desavenças ou contato entre ele e seus irmãos.
Ele
é tratado por vários nomes: Mestre dos Sonhos, Lorde Morpheus, Sonho, Kai'ckul,
Oneiros, Lorde Moldador, entre tantos outros nomes. Um grupo de místicos
liderados por Roderick Burgess aprisiona o personagem em 1916, dentro de uma
redoma transparente. Na verdade, eles queriam sua irmã (no caso Morte), pois
assim poderiam obter a imortalidade. Depois de um longo tempo aprisionado, ele
se libera e descobre que seu mundo (O Sonhar) ficou uma bagunça. Sem contar que
seus itens roubados, quando foi preso, foram espalhados pelo mundo. Sua
algibeira, com areia dos sonhos, estava entre as posses de John Constantine.
Seu elmo foi entregue a um demônio, o que lhe fará ter que lidar com o próprio
Lucífer. Por último, ele terá que combater Doutor Destino para conseguir de
volta o seu rubi, um vilão da DC.
No
caso de Watchmen e O Cavaleiro das Trevas, nós temos uma população no enredo,
que já se acostumou com heróis. Tanto que nem sempre os vem como “anjos
salvadores” e sim como problemas a serem resolvidos. Ainda assim, não são todos
que pensam assim. Podemos nos focar também nos mascarados que aqui são tratados
de forma real. Envelhecendo, se irritando e com falhas morais extremamente mais
aprofundadas. Como o uso de álcool e problemas cardíacos.
Em
Sandman temos personagens sendo usados de maneira mais bem narrada, onde as
lendas antigas são tratadas com mais realismo. Sem contar o encontro de coisas
com teor mitológico e arcaico com coisas do período contemporâneo. Sexualidade,
palavrões, violência, AIDS, homossexualismo, distúrbios mentais, são temas
tratados muito próximos de coisas como rituais, mundos sobrenaturais, forças
ocultas e cósmicas. De maneira tão boa que podemos nomear esses quadrinhos de
adultos. Lembrando que esse personagem fez parte de uma divisão da DC Comics,
ao qual se chama Vertigo.
Nos
anos 80, a influência dos mangás e animes nos quadrinhos americanos se torna
mais evidente. Através de outra obra de Frank Miller, Ronin. No enredo, um samurai perde seu mestre durante uma batalha
contra o demônio Agat pela busca de uma espada encantada. Ambos são mortos ao
mesmo tempo, e renascem num futuro distópico. Não foi muito bem recebida pelo
público da época, por ser uma forma de contar histórias muito inovadora, mas
foi muito aclamada pela crítica. Talvez isso tenha feito essa obra se tornar
uma história em quadrinhos um tanto desconhecida. Muitas de suas inspirações
foram de origem nipônica, como Lobo
Solitário entre outros.
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