Em
1961, Stan Lee (que já estava consolidado na empresa) estava quase saindo da
Marvel, pois não tinha vontade de ficar trabalhando com histórias de terror.
Contudo, a mulher dele lhe deu a ideia que antes de sair de lá, fizesse uma
história do modo que queria. Foi com essa que deveria ser seu último roteiro
que surgiu o Quarteto Fantástico.
Ele
se uniu a Jack Kirby, o desenhista mostrou os desenhos comuns dos personagens.
Mas com um lado mais familiar e com poderes fantásticos. A primeira
super-equipe da Marvel (visto que a DC já tinha a Sociedade da Justiça nessa
época). Mas o seu destaque era que agora eram personagem mais verossímeis, com
problemas reais. Com cidades conhecidas como Nova Iorque, funcionando como um
ponto de encontro dos heróis da editora.
Outros
personagens surgiriam da mente de Stan Lee com apoio de outros artistas da Casa
das Idéias (como muitos chamam a Marvel), como o Hulk, Demolidor, Luke Cage entre outros. Eram personagens
que muitas vezes não escolheram ter aqueles poderes, mas teriam que lidar com
isso da melhor forma possível.
Mas
seu maior sucesso foi o Homem-Aranha,
o personagem mais famoso da Marvel. Peter Parker é um jovem adolescente criado
por seus tios Ben e May. Ele é um típico rapaz maltratado por seus colegas de
escola, como Flash Thompson e Kong, por ser mais voltado aos estudos e dedicado
a família. Seus pais morreram quando ele era muito jovem, o obrigando a ficar
aos cuidados dos parentes mais próximos.
Certo
dia, após uma excursão, Peter é picado por uma aranha radioativa e ganhou
super-poderes. Entre eles super-força, agilidade proporcional a uma aranha,
conseguia aderir em paredes, sem contar um sexto sentido que o salva dos
perigos iminentes. Só uma coisa que muitos confundem, é sobre as teias que ele
solta. São um produto químico desenvolvido pelo próprio rapaz, e com isso,
consegue se pendurar em prédios e até mesmo criar defesas dependendo da
situação. Detalhe: ela se dissolve em uma hora. Com isso, ele usa um
equipamento para poder guardar capsulas desse produto e recarregar seu lançador
de teia. Assim, isso também impede que o rastreiem. Desenvolveu isso pois
sempre foi um rapaz muito inteligente e especializado em química.
Ao
invés de usar suas habilidades contra o crime, ele começou a participar de
competições de luta livre. Assim, ele obteria um dinheiro para si e ajudaria em
casa. Como recebeu pouco, quando o dono do estádio foi roubado, ele deixou o
ladrão fugir com toda a grana. Sendo que, com seus poderes, ele poderia muito
bem impedir o crime. Quando o jovem
volta para casa descobre que seu tio Benjamin foi morto por um assaltante.
Peter corre atrás do assassino, quando descobre ser ele, o mesmo que deixou
escapar anteriormente. Ai a frase dita por seu tio Ben, faz mais sentido. Com
grandes poderes vem grandes responsabilidade. Ele começa a notar as
responsabilidades que tem com seus poderes. De ajudar os mais necessitados.
Para
ocupar o lugar de seu tio, como provedor de sua casa, ele tenta arrumar um modo
de obter dinheiro. Para isso começa a vender fotos como Homem-Aranha, enquanto
combatia o crime, para o jornal Clarim Diário.
Um
dos grandes detalhes sobre este personagem, assim como todos os outros da
editora, são seus dramas mais realistas, para a época. Peter Parker era só um
garoto sem o uniforme, pois tinha que ter responsabilidade com seus poderes.
Além de cuidar de uma tia doente, enquanto tentava pagar as contas do mês.
Sem
contar que podemos ver algo que seria mais explorado em outras obras da
editora: o tratamento de questões sociais. Em X-Men, foi tratado sobre o preconceito. Temos uma parte da
humanidade que tem o gene X, uma parte do DNA que concede poderes a pessoas. E
para simbolizar isso, a editora usa as figuras de Charles Xavier e Erik Magnus.
Também chamados de Professor X e Magneto. Ambos são mutantes poderosos com
telepatia e controle sobre campos magnéticos, mas com visões de mundo
diferentes.
Antes
amigos, os dois se viram com visões diferente sobre o uso dos poderes: enquanto
Charles queria auxiliar os humanos com os poderes dos mutantes, assim
conseguindo a aceitação deles de forma pacífica, Erik queria obter tudo através
da força, se garantindo como raça superior e próximo nível na escala evolutiva.
Esses dois personagens são inspirados em dois grandes da história
norte-americana e mundial. Marthin Luther King (para o Professor X) e Malcom X
(para Magneto).
Outro
detalhe seria a queda parcial do maniqueísmo como o conhecemos desde a Era de
Ouro. Nas histórias em quadrinhos nesse período, tínhamos obras que não mais
tratavam o herói como um ser inabalável. Assim como muitas vezes vilões
poderiam auxiliar os protagonistas. Um exemplo claro disso é o próprio Magneto
que muitas vezes ajuda seu antigo amigo e seus pupilos. O próprio Gavião
Arqueiro começa como um vilão contra os Vingadores (o time de heróis mais
conhecido da Marvel).
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