Uma coisa tem me incomodado muito nos últimos tempos. Muita gente reclamando da qualidade de Saintia Sho, um anime que creio eu seja um spin-off de Saint Seiya (ou como conhecemos, Cavaleiros do Zodíaco). Tenho que assistir ele direito quando puder. A autora se pronunciou quando a isso, pois segundo ela isso se deve a baixa venda dos mangás no Japão mesmo. O que faz o estúdio ter pouca verba pelo baixo interesse do público.
Ela é extremamente gentil, mas o problema mesmo está na mente imbecil dos "fãs". Explicando: caso não saibam, o Japão é um país que tem sérios problemas em colocar mulheres em funções que consideram para homens. Caso não saibam, cerca de mais de um ano foi denunciada uma faculdade japonesa que impedia o ingresso de mulheres nos seus cursos. Indo para a área do mangá, caso não saibam até mesmo as HQs nipônicas são divididas em shounen (para garotos e ilustrados por homens) e shoujo (para garotas e ilustradas por mulheres). Até mesmo a artista Hiromu Arakawa, para ter seu mangá publicado, Full Metal Alchemist, deve que entregar seus desenhos via correio a editora fingindo ser homem.
Ai chegamos ao ponto que queria chegar. Muitas obras atuais são ruins demais em sua qualidade gráfica. Black Clover que tem uma história BEM genérica consegue ser a definição de ruim em alguns episódios. E ninguém ralha com o pessoal dessa obra.
"Ah mas Dragon Ball, quando deu problema ralharam pra caramba". Você tá falando de Dragon Ball. Uma obra que praticamente se tornou um patrimônio do Japão. Caso não saibam CDZ fez mais sucesso fora de seu país natal. Se me lembro bem, especialmente na Europa e América Latina (me corrijam se estiver errado).
Então, vejam só, o problema não é a qualidade da animação mas de quem assiste.
Agora vamos ao Shun da Netflix. Ou melhor, a Shun.
Segundo muitos sites e até o trailer dá a entender (o qualidade sem-vergonha da imagem), Shun será uma mulher... O problema está, por que fizeram justo com o Andrômeda?
Não é questão de achar que mulheres não podem ser lutadoras por Atena, pois no cânone se mostra que isso acontece. O problema é que isso quebra um dos fatores de personalidade do personagem.
Seiya é o eterno protagonista, Shiryu é o cara que um dia desafiou o protagonista e se tornou amigo dele, Hyoga é o cara de sentimentos frios, Ikki é o rebelde solitário e Shun o cara forte mas sentimental. Tornando ele uma mulher, ele vai se transformar na mulher que supera os preconcei... Mas espera ai! A Marin, Shina e outras personagens já fazem isso. Em uma sociedade machista. Uma das coisas que foi dita pelo diretor foi que ele queria diversificar os personagens. Mas então pegava e transformava o Shiryu ou o Hyoga em mulher. Ou dava mais destaque as mulheres do grupo!
O que acontece aqui é diferente de Saintia Sho. Se lá a criadora não tem culpa nenhuma, aqui o diretor sinceramente não sabe o que está fazendo com a história.
É possível recontar uma história sem estragar o conceito base de uma obra.
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