Bem o Batman criado por Bob Kane matava. Tanto que o
primeiro grande vilão dele, Dr. Morte, foi sua primeira vítima. Lá nos Anos
Dourados dos quadrinhos (anos 50 e 60), porém, com o avanço das editoras,
passando pelos Anos de Prata, muitas mudanças ocorreram. Especialmente pois nos
anos 70 os escritores e desenhistas viajavam muito na história. Isso ficou
solidificado com Crise nas Infinitas Terras.
Nessa saga o Batman foi estabelecido com vários fatores que perduraram. Entre
eles seu ar mais sombrio, um lado mais de detetive. E acima de tudo NÃO MATAR
NEM USAR ARMAS DE FOGO.
Isso fica ainda mais claro em HQs como Ego, no qual Bruce
Wayne vê o seu alter-ego como um fantasma que lhe assombra, sendo que se ele
usasse armas poderia salvar mais vida. Mais ai, ele pensa como seu pai, Thomas
Wayne, um médico, seria plenamente contra isso. Isso quebraria todo o legado do
Batman.
Até mesmo em graphic novels como a aclamada de Grant
Morrison, Asilo Arkham, ele entra dentro do instituto e não mata ninguém. Pois
acima de tudo, ele não quer se igualar a ele.
Ou quem sabe os jogos da WB como Arkham Asylum, Arkham City,
Arkham Origins e Arkham Knight, mostra que ele é muito mais que um herói. Um
mito. Uma coisa inalcançável. Ou talvez algo difícil pois ninguém alcançaria o
grau de sua força. Ao ponto de sua herança continuar mesmo após sua “morte”.
Nos filmes, até os com Tim Burton na direção, o Batman (interpretado por
Michael Keaton) chegou a matar. Quando ele joga o bandido que viria a se tornar
Coringa (interpretado por Jack Nicholson) no tonel, é visível um ar de derrota
pois ele não queria isso. Sim, tem um monte de explosões e acontecimentos sem
previsão, mas pode ter certeza que são coisas que o Batman faria sempre com
algo que no máximo nocautearia ele.
Prova maior disso é a obra de Nolan, Batman Begins, Batman Dark Knight e Batman
Dark Knight Rises. Ele deixa o Coringa vivo! Um sociopata, que quase fez um
genocídio na cidade. Que conseguiu corromper o espírito de Harvey Dent! Mesmo
com Bane que quebrou seu orgulho (e costelas) ele ficou mais preocupado com a
cidade, que não aproveitou e tentou matar o vilão. O espírito do personagem
sobrepuja sua raiva. Aliás, essa cena é praticamente uma homenagem a saga A
Queda do Morcego.
Pode até falar do filme de Zack Snyder, Batman v Superman: O
Despertar da Justiça. Mas lembre-se: essa é uma interpretação do diretor.
Válida e boa, mas ainda assim, a quantidade de ofensas que o Zack escuta é
imensa.
Assim como amo o personagem Homem-Aranha, amo o personagem
Batman. Tenho várias sagas dele. Ele não é um símbolo de realidade. Mas de como
a justiça deveria ser, uma utopia para muitos de nós. Eu nem ligo quando falam
de história para mim e ignoro muitas vezes sobre outras coisas. Mas HQ... Isso
é meio que sagrado. Lembro que minha primeira revista foi A Teia do Aranha
número 103 na horrível Saga do Clone. Minha última foi Guerras Secretas 2 e 3
que são horríveis, mas poderiam ter sido tão melhor. Meu senso crítico quando a
isso é chato.
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