A gente conhece muitos filmes (eu chamava de movies) de grandes obras shounens e shoujos. Tais como Yuyu Hakushô, Dragon Ball, ou até recentemente Boku no Hero Academia entre outros. Alguns são só OVAs que muitas vezes, que nem canônicos são. Mas outros são obras-primas.
Aqui não falarei sobre Ghibli ou obras do autor de 5 Centimeters per Second.
Num futuro próximo, o Dr. Tokita inventa um poderoso aparelho chamado DC-Mini, que torna possível o acesso aos sonhos das pessoas. Sua colega, a Dra. Atsuko Chiba, psicoterapeuta e pesquisadora de ponta, desenvolve um tratamento psiquiátrico revolucionário a partir do aparelho. Mas, antes de seu uso ser sancionado pelo governo, o DC-Mini é roubado. Quando vários dos pesquisadores do laboratório começam a enlouquecer e a sonhar em estado de vigília, Atsuko assume seu alter-ego, Paprika, a bela “detetive de sonhos”, para mergulhar no mundo do inconsciente e descobrir quem está por trás da tragédia.
Esse é um dos filmes de Satoshi Kun, responsável por Tokyo Grandfathers e Perfect Blue (eu amo esse movie, então assistam também), entretanto, esse é baseado no livro de ficção científica de 2006, escrito por Yasutaka Tsutsui.
A história centra-se no colegial Koiso Kenji, um garoto prodígio em matemática que passa o seu tempo trabalhando em OZ, um mundo virtual. Kenji é um gênio com números, mas mal adepto socialmente. Ele tem uma paixão secreta pela sua veterana Shinohara Natsuki, mas não tem coragem de dizer a ela. No início de suas férias de verão, ele é convidado por Natsuki para ajudar na celebração do 90º aniversário da sua avó. Embora Kenji não conhece os detalhes do plano, ele concorda e vai com Natsuki a casa da sua avó em Ueda, Nagano. Para grande surpresa de Kenji, ele é apresentado na casa da família Shinohara como noivo de Natsuki.
A estética do filme segue os demais trabalhos de Hosoda, aquela animação fluída e gostosa de ver, assim como a trilha sonora. O CGI funciona muito bem aqui, sabendo dosar e mesclar com o 2D. O filme explora muito bem isso, principalmente quando se trata da realidade virtual de OZ, assim nos passando a sensação de realidade virtual/real ao mesmo tempo, como se fossemos usuários do sistema. A parte técnica é impecável, mas o ponto forte do filme é o roteiro.
Jin Roh transcorre um universo alternativo em que o Japão perdeu a Segunda Guerra... para a Alemanha nazista . No pós-guerra, o país passa por diversos distúrbios políticos e sociais, e a principal força repressora é o grupo Kerberos, unidade paramilitar de elite da qual faz o protagonista da história, o oficial Fuse. Este, após confrontar uma jovem terrorista suicida e quase morrer, vê-se envolvido com a irmã desta em uma trama que tem paralelo com a conhecida história de Chapeuzinho Vermelho (!!!).
Contando assim, a história não parece muito interessante, mas o roteiro é a maior virtude do filme. Complexo, cheio de reviravoltas e bem amarrado, é muito superior a qualquer coisa que Hollywood lançou nos últimos anos; principalmente o final, que justifica todos os elos com a história da Chapeuzinho.
A animação também é espetacular. Sem os atalhos e simplificações comuns das produções japonesas e com uma enorme atenção a detalhe (repare nas feições lupinas do protagonista), a produção consegue o feito de animar personagens e cenários realistas sem que estes tornem-se artificiais; e com um uso mínimo de computadores! A qualidade é comparável à das melhores animações nipônicas, como Akira e o próprio Ghost in the Shell.
Nenhum comentário:
Postar um comentário