Na Era Heian, um samurai chamado Taira no Masakado incitou uma rebelião contra o imperador Suzaku, mas foi assassinado em 940 d.C., na Batalha de Kojima. A filha de Masakado, a princesa Sutsuki, incapaz de aceitar a morte do pai, toda a noite, na hora do Boi, rezava no santuário de Kifune para obter vingança. Depois de vinte e uma noites, o deus da chuva Takao no Kami infundiu nela o espírito de uma bruxa e lhe doou o conhecimento do onmyodô, um sistema de adivinhação e feitiçaria baseado na teoria chinesa dos cinco elementos e do yin e yang.
Após assumir o nome Takiyasha, a princesa-bruxa mudou-se para o decadente palácio de Soma e preparou um complô contra o imperador. Porém, o boato de uma possível revolta chegou até a corte, de modo que reuniram um pelotão de soldados, guiados por Oya Taro Mitsukuni, a fim de interceptar e neutralizar qualquer ameaça.
Durante uma tempestade, Mitsukuni e seu grupo refugiaram-se no castelo de Soma, não sabendo da presença de Takiyasha, que havia se transformado na cortesã Kisaragi, amada por Mitsukumi.
O homem descobrindo a farsa, começou a relembrar a Batalha de Kojima, suscitando dor e choro na bruxa, até a desmascarar.
Então, sem sucesso, Takiyasha evocou um cortejo de esqueletos para enfrentar os soldados Mitsukuni. Tendo desabado a estrutura do castelo, subiu no telhado e se preparou para o embate final. Em uma atmosfera suspensa evocou o Gashadokuro, o grande esqueleto que deveria eliminar Mitsukumi. Que, porém, permaneceu imune a todos os feitiços e decretou a derrota da bruxa.
A Bruxa Takiyasha e o Esqueleto Gigante é baseada na verdadeira história da princesa Takiyasha, filha do senhor de guerra Taira no Masakado, que acabou decapitado no ano de 939, no Japão. Esse e os demais contos presentes em Lendas Japonesas revelam a riqueza de uma cultura que encontra beleza na harmonia entre o visível e o invisível, entre o tangível e o misterioso, nutrindo um entendimento de que o universo é habitado por diferentes esferas de existência.
