terça-feira, 13 de junho de 2017

A Marvel se renova e a bem-vinda década de 60

Em 1961, Stan Lee (que já estava consolidado na empresa) estava quase saindo da Marvel, pois não tinha vontade de ficar trabalhando com histórias de terror. Contudo, a mulher dele lhe deu a ideia que antes de sair de lá, fizesse uma história do modo que queria. Foi com essa que deveria ser seu último roteiro que surgiu o Quarteto Fantástico.
Ele se uniu a Jack Kirby, o desenhista mostrou os desenhos comuns dos personagens. Mas com um lado mais familiar e com poderes fantásticos. A primeira super-equipe da Marvel (visto que a DC já tinha a Sociedade da Justiça nessa época). Mas o seu destaque era que agora eram personagem mais verossímeis, com problemas reais. Com cidades conhecidas como Nova Iorque, funcionando como um ponto de encontro dos heróis da editora.
Outros personagens surgiriam da mente de Stan Lee com apoio de outros artistas da Casa das Idéias (como muitos chamam a Marvel), como o Hulk, Demolidor, Luke Cage entre outros. Eram personagens que muitas vezes não escolheram ter aqueles poderes, mas teriam que lidar com isso da melhor forma possível.
Mas seu maior sucesso foi o Homem-Aranha, o personagem mais famoso da Marvel. Peter Parker é um jovem adolescente criado por seus tios Ben e May. Ele é um típico rapaz maltratado por seus colegas de escola, como Flash Thompson e Kong, por ser mais voltado aos estudos e dedicado a família. Seus pais morreram quando ele era muito jovem, o obrigando a ficar aos cuidados dos parentes mais próximos.
Certo dia, após uma excursão, Peter é picado por uma aranha radioativa e ganhou super-poderes. Entre eles super-força, agilidade proporcional a uma aranha, conseguia aderir em paredes, sem contar um sexto sentido que o salva dos perigos iminentes. Só uma coisa que muitos confundem, é sobre as teias que ele solta. São um produto químico desenvolvido pelo próprio rapaz, e com isso, consegue se pendurar em prédios e até mesmo criar defesas dependendo da situação. Detalhe: ela se dissolve em uma hora. Com isso, ele usa um equipamento para poder guardar capsulas desse produto e recarregar seu lançador de teia. Assim, isso também impede que o rastreiem. Desenvolveu isso pois sempre foi um rapaz muito inteligente e especializado em química.
Ao invés de usar suas habilidades contra o crime, ele começou a participar de competições de luta livre. Assim, ele obteria um dinheiro para si e ajudaria em casa. Como recebeu pouco, quando o dono do estádio foi roubado, ele deixou o ladrão fugir com toda a grana. Sendo que, com seus poderes, ele poderia muito bem impedir o crime.  Quando o jovem volta para casa descobre que seu tio Benjamin foi morto por um assaltante. Peter corre atrás do assassino, quando descobre ser ele, o mesmo que deixou escapar anteriormente. Ai a frase dita por seu tio Ben, faz mais sentido. Com grandes poderes vem grandes responsabilidade. Ele começa a notar as responsabilidades que tem com seus poderes. De ajudar os mais necessitados.
Para ocupar o lugar de seu tio, como provedor de sua casa, ele tenta arrumar um modo de obter dinheiro. Para isso começa a vender fotos como Homem-Aranha, enquanto combatia o crime, para o jornal Clarim Diário.
Um dos grandes detalhes sobre este personagem, assim como todos os outros da editora, são seus dramas mais realistas, para a época. Peter Parker era só um garoto sem o uniforme, pois tinha que ter responsabilidade com seus poderes. Além de cuidar de uma tia doente, enquanto tentava pagar as contas do mês.
Sem contar que podemos ver algo que seria mais explorado em outras obras da editora: o tratamento de questões sociais. Em X-Men, foi tratado sobre o preconceito. Temos uma parte da humanidade que tem o gene X, uma parte do DNA que concede poderes a pessoas. E para simbolizar isso, a editora usa as figuras de Charles Xavier e Erik Magnus. Também chamados de Professor X e Magneto. Ambos são mutantes poderosos com telepatia e controle sobre campos magnéticos, mas com visões de mundo diferentes.
Antes amigos, os dois se viram com visões diferente sobre o uso dos poderes: enquanto Charles queria auxiliar os humanos com os poderes dos mutantes, assim conseguindo a aceitação deles de forma pacífica, Erik queria obter tudo através da força, se garantindo como raça superior e próximo nível na escala evolutiva. Esses dois personagens são inspirados em dois grandes da história norte-americana e mundial. Marthin Luther King (para o Professor X) e Malcom X (para Magneto).
Outro detalhe seria a queda parcial do maniqueísmo como o conhecemos desde a Era de Ouro. Nas histórias em quadrinhos nesse período, tínhamos obras que não mais tratavam o herói como um ser inabalável. Assim como muitas vezes vilões poderiam auxiliar os protagonistas. Um exemplo claro disso é o próprio Magneto que muitas vezes ajuda seu antigo amigo e seus pupilos. O próprio Gavião Arqueiro começa como um vilão contra os Vingadores (o time de heróis mais conhecido da Marvel).
Essas mudanças no modo de enredo foram tão importantes que se mantiveram em outras editoras. Como na DC Comics.

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