segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Artes marciais japonesas (parte 1)


Esse termo é utilizado não somente pelas lutas de origem oriental, mas também nas ocidentais. Porém, só nas primeiras temos o budô (caminho das artes marciais) originária do Japão. Abaixo temos uma lista com algumas lutas específicas. Entre elas:
Aikido - é uma arte marcial criada pelo mestre Morihei Ueshiba, O-sensei (1883 - 1969), os movimentos do aikido empregando em seus movimentos as leis da natureza. Os movimentos são potentes, mas aplicados sempre para defesa e com o princípio de não usar a força bruta no processo.
O criador desse estilo Morihei, além de demonstrar uma vida religiosa ao qual seguia estritamente, era encorajado pelos pais a prática do sumô, da natação e do Daito Ryu Aiki Jiujitsu, arte marcial que precedeu o aikido.
Ele começou a praticar o Daito Ryu Aiki Jiujitsu como uma simples forma de combate. Mas resolveu empregar aos movimentos preceitos do xintoísmo, integrando o homem a natureza e com o universo inteiro.
Existe a lenda que Ueshiba teria enfrentado um samurai em combate. Todos os ataques do homem armado não funcionaram. Pois Morihei só se esquivava sem atacar em nenhum momento, causando cansaço ao adversário. Depois de notar que aquilo era inútil, o guerreiro foi embora desolado. Desde então, Morihei Ueshiba iniciou o processo de modificação dos movimentos no Aiki Jiujitsu e os deixou mais suaves, tornando-os praticáveis por qualquer pessoa. 
Essa arte marcial seria treinado pelos samurais afiar o físico e o espiritual.
Iaijutsu - literalmente, iaijutsu é a arte de 'desembainhar a espada'. Essa prática no período em que os samurais viviam através da lei da espada, era o diferencial entre a vida e morte. Quanto mais rápido, forte e preciso era o usuário da técnica, maior era a chance de vencer.
Para a prática dessa arte, era necessário se desligar completamente com tudo ao seu redor e se concentrar somente em si, criando no usuário um sentido único do combate. O iaijutsu é composto por quatro fases: Nukitsuke, Kiritsuke, Tiburi e Noto. Cada uma completando a outra, que começa antes mesmo de sacar a espada, até o embainhamento da arma. Todo um processo que dura segundos as vezes. Um verdadeiro ciclo.
Jiu-Jitsu: O conhecimento dessa arte marcial veio da China , se popularizando por não usar armas e se estendeu por outros países do Oriente. Sendo que no Japão, foram desenvolvidas formas de luta mais avançadas desse estilo. Seu significado quer dizer arte suave. Ainda assim, sua origem é na Índia ainda, a mais de dois mil anos.
Por sua religião, os monges indianos eram proibidos de usar armas para se defender. E eram alvos de bandidos de tribos mongóis. Assim nasceu a necessidade de uma defesa corpo a corpo. Visando pontos vitais do oponente, lembrando que conheciam bem a anatomia humana. Conquistando mais tarde nobre e samurais nipônicos.
Possuiu diversos nomes na terra do sol nascente: Kumiuchi, Aiki-ju-jitsu, Koppo, Tai-jutsu, Gusoku, Koshi-no-mawari, Yawara, Hade, Jutai-jutsu, Shubaku, entre outros. No fim do período Tokugawa, haviam cerca de 700 estilos de jiu-jitsu. Enfatizando luta no solo, torções de membros e estrangulamento, enquanto outros visavam golpes traumáticos como socos e chutes. O pai de outras artes marciais como o judô, karatê e o aikidô.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Miyamoto Musashi


Talvez um dos maiores nomes entre os espadachins japoneses que conhecemos. Na verdade, ele trilhou seu caminho forma não usual. Pelo menos na época em que viveu.
Acredita-se que Miyamoto Musashi nasceu na província de Harima, em 1584. Com apenas sete anos de idade, e não se sabe o motivo para isso, passou a viver com o tio, por parte de mãe, que era sacerdote budista e o ensinou o zen budismo, o xintoísmo e o confucionismo. Aos treze, mas com um físico que se sobressaia aos de outros garotos de sua idade, pelo que contam os relatos, trava o primeiro duelo de sua vida e vence um famoso espadachim, Arima Kihei. 
Quando alcança os dezesseis anos, ele se alista para combater ao lado do clã Ashikaga, que brigava pelo poder do Japão as forças de Tokugawa Ieyasu. E isso fez com que participasse da devastadora Batalha de Sekigahara, responsável pelo derramamento de sangue de mais de setenta mil homens!

O garoto, obviamente, era um soldado de baixa patente e é muito provável que tenha lutado na frente do campo de batalha, como uma espécie de pelotão da infantaria. Mesmo sendo parte do exército derrotado, conseguiu sobreviver, tamanha era sua habilidade em confrontos. Alguns também acreditam que contou com um pouco de sorte. Esse capítulo de sua vida deve sua página virada quando ele se tornou um ronin (samurai sem mestre) andarilho.
Após um grande período de caminhada, Musashi se instala em Kyoto, capital do Japão na época. Lá, desafia a família Yoshioka. Esta família teria sido responsável pelo treinamento de artes marciais do xogum Ashikaga. Segundo registros, o pai de Musashi teria enfrentado também aquela família, vencendo dois de três duelos.
No primeiro confronto, Musashi enfrenta Seijuro que possuía uma katana, espada típica japonesa. O espadachim com apenas um boken, que é uma espada de madeira, dilacera o braço de seu oponente. O que faz com que ele desista de lecionar a espada.
Munido de uma vontade de se vingar pela derrota do irmão Seijuro, Denshichiro desafia Musashi, que permaneceu em Kyoto. A estrategia que usou foi deixar o oponente furioso antes do início da luta, por isso Miyamoto chega o local só três horas atrasado. O inimigo mais uma vez é derrotado, com o espadachim dilacerando a cabeça de seu oponente com a espada de madeira!
Um terceiro desafiante surgiu sendo Hanshichiro (ou Matashihiro), filho de Seijuro, que tinha onze ou doze anos de idade e que foi escolhido pela família para a vingança. Muitos acreditam que a ideia era só usar o garoto como isca e, de forma conjunta e traiçoeira, derrotar finalmente Musashi. O espadachim, tomando outra postura chega mais cedo, esperando seu oponente e familiares, escondido. Ele surpreende todos com uma espada em cada mão, mata o jovem, iniciando uma batalha contra cerca de setenta homens, matando uma parcela e deixando a outra bastante ferida. E consegue fugir!
Esta foi a primeira vez que ele usou duas espadas ao mesmo tempo. Depois desse episódio Musashi é conhecido como uma lenda viva no Japão daquela época. Decide dar sequência à vida de ronin andarilho, ou à Musha-Shugyo (peregrinação do guerreiro). Ele desbrava o território nacional aperfeiçoando seu estilo de combate contra monges e soldados de todos os tipos e estilos de luta.
No ano de 1643, mora na caverna de Reigando, próxima da cidade de Kumamoto. Isolado, inicia o processo de redação do tratado O Livro dos Cincos Anéis, concluído dois anos mais tarde.
Naquele mesmo ano, ao prever que sua morte esta próxima, Musashi decide entregar a cópia do livro ao seu discípulo mais próximo. Também escreve o manuscrito Dokkodo, traduzido como O Caminho do Andarilho Solitário, destacando 21 princípios de vida. Morre de causas naturais.
Entre as obras que relatam o personagem temos: o anime Sengoku Basara, o game para PSOne Brave Fencer Musashiden; e em especial destaco a obra em mangá Vagabond, criada por Takehiko Inoue. É a com melhor definição de como foi o processo de aprendizagem de Musashi.
E muitos ainda ensinam e aprendem o seu caminho, como aqui no Brasil faz o Instituto Niten Kenjutsu Kendo.